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A humanidade está abalada pelo risco de epidemia: na populosa China surge novo tipo de coronavírus
de fácil transmissão e alguma letalidade (óbitos em torno de 2% dos infectados). O coronavírus é velho conhecido e nos acompanha em resfriados e problemas respiratórios, simples assim. No atual século mostrou novos tipos agressivos e matadores: na Síndrome Respiratória Aguda Grave - SARS, na Síndrome Respiratória do Oriente Médio - MERS e o atual nCov2019, ainda sob estudo.
Não tenho formação na área da saúde. Os especialistas já nos orientam adequadamente sobre prevenção e precauções. Tenho a impressão que há transparência dos chineses e dos organismos internacionais sobre a evolução da moléstia. Preocupo-me com as redes sociais e os desequilíbrios emocionais das pessoas diante da ameaça.
Em ocasiões propícias ao pânico, surgem os exploradores inconsequentes das emoções alheias. Por mero prazer sádico ou por inconfessáveis interesses, povoam o imaginário popular com absurdas hipóteses e aterradores boatos. Sempre houve essa insanidade comportamental, todavia agora assume dimensões espetaculares pelo uso da tecnologia para disseminação em massa, falsificação de imagens e vídeos e assim por diante. Acautelemo-nos a respeito.
Tocou-me, especialmente, a reação inicial de autoridades e várias pessoas a respeito da possível retirada dos brasileiros que estão na cidade de Wuhan e na província de Hubei que formam o epicentro da contaminação com o coronavírus e, atualmente, estão bloqueados pelas autoridades chinesas não podendo sair, para evitar a disseminação do vírus, salvo o direito de outros países retirarem organizadamente os seus nacionais.
Li e ouvi argumentos do tipo não podemos por em risco a população brasileira trazendo-os para cá, muito cara uma operação de busca ou estão lá por vontade própria, virem-se. É o egoísmo extremo, porque na verdade se trata de um improcedente temor de contágio pessoal e não a suposta preocupação com o coletivo. Uma nação jamais deve abandonar filhos seus em situação de alto risco no exterior, podendo repatriá-los com segurança. E tal está sendo a conduta de outras nações.
Felizmente, o bom senso prevaleceu e quando escrevo já há aviões a caminho para a busca. Infelizmente, estes pânicos levam as pessoas a serem cruéis e desatinadas. Que nem aqueles que matam bugios ou outros macacos por medo da febre amarela. Os pobres animais são vítimas, não transmissores da doença. Numa figura militar, tão em voga, seria matar as sentinelas porque viram os inimigos. Os bugios são sentinelas a serviço dos humanos na febra amarela. Outrossim, os mesmos que queriam deixar brasileiros na área contaminada não são, muitas vezes, capazes de cuidar de suas casas e pátios para prevenir a dengue. E esta mata dezenas no Brasil, o coronavírus ainda não matou por aqui. Diante de tanto desatino, que ninguém assassine o seu vizinho porque espirrou.